Uploaded with ImageShack.us

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Rapsódia

Quanto há de ilusão?
Quanto há no coração
Abastado em se iludir?
Miserável esqueceu de si

Descobriu algo mais amargo
Do que a própria morte
Desarmado lhe bateram forte
Seu apreço lhe causou estrago

Descompassado e sem brio
Doído abraço do vento é frio
Paga de seu inconsequente amor
Enterrado com honrarias de dor

E este seu opróbrio lhe esmoreceu
Como canto triste de ouvir
Escárnio da sorte quis lhe recair
Insensível castigo pois que mereceu


                                                     Lucas Macedo

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Morte vil

Apagaram a luz.
Mataram todos os poetas,
Fecharam todas as portas

Gritei! É tão frio aqui
Olhei, mas não consegui ver.
Chorei, sem ninguém perceber.

O silêncio entre mim e ti
É tão terrível desventura
Parece contemplar cruel tortura

O aqui é tão denso e absorto
E seu descaso me escurece
Arranca-me de mim e fere

Mataram a luz.
Fecharam todos os poetas,
Apagaram todas as portas

Olhei, é tão frio aqui
Chorei, mas não consegui ver.
Gritei! Sem ninguém perceber.

                                                 Lucas Macedo