Uploaded with ImageShack.us

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Só, sorri




Andava pela rua com vontade de rir, andava sorrindo.
A mão ia ao rosto pra disfarçar... Mas não podia conter.
Na calçada um chute na pedra, um chute no ar,
um chute inquieto pro riso passar, mas não passou.
Disfarçar o riso, Pra que?
Caminhei até a parede para ali ficar quieto,
mas olhei pro céu. Aberto, repleto de estrelas...
Acabei por desapegar de mim e cantei.
O que posso fazer? Eu cantei.

                                                         Lucas Macedo

sábado, 11 de agosto de 2012

Ela

Ela é muito melhor do que eu.
Ela traz consigo um sorriso,
E um floreio nas mãos.
Eu por outro lado me esquivo
Inseguro de minhas mãos.
Ela é arrebatadora, dissimulada
Faz de mim simples verso.
Eu porém sou o inverso.
Faço dela poesia narrada.
Ela é persuasiva. Me mata,
Me puxa, me traga com seu olhar.
Eu tento abarcar sua sonata,
Deslumbro, vislumbro seu arfar.
Ela é linda e bela, é santa e fera,
Pintura, pintada, boneca bordada
                                        
                                       Lucas Macedo

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

As luzes


Gosto de olhar pro céu
Gosto de saber que poderei estar lá
Pois sim, é um grande mistério pra mim
Esse painel gigante enfeitado com luzes
Que se diferem em brilho e majestade
Ah! Como eu gosto de recostar
Minha cabeça no travesseiro e
Olhar pela janela quase como um quadro
Aceso pela luz de um abajur natural
Que pode ser novo, cheio ou minguante.
E quem poderá apagá-lo?
Olhar para as luzes é muito mais
Do que simplesmente admirá-las
É saber que Deus as colocou em seu lugar,
As estendeu e as sustenta
Ele as planejou desde o principio
É mais do que um mistério
As luzes apontaram o nascimento
De Cristo e ainda hoje posso vê-las
Pra sua glória posso vê-las

                                                           Lucas Macedo

sábado, 4 de agosto de 2012

Inspiração


Se o prêmio do suor é o trabalho
Me apegarei ao sufoco e a solidão
Da escrivaninha e minha ferramenta
Será a tinta que discorre, tinge, escorre.
Arranca-me do peito os despropósitos
Nada que é bom ou talvez digno de anotação.
E que valia me tem o tempo desperdiçado?
É só mais uma frase que me escapa aos dedos.
O parnasiano bem sabe tanto rebusca,
Refuta, reluta por seu texto sem sentido.
Ora! Sem sentido! É sentimento
Lapidado, forjado, suado enfim.
                                               Lucas Macedo